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Afinal, por que estamos com tanto tesão durante a quarentena?

Afinal, por que estamos com tanto tesão durante a quarentena?

Subindo pelas paredes. É assim que a quarentena tem deixado muita gente. Já falamos aqui, inclusive, sobre como esse momento tem originado concursos de nude, ou até mesmo orgias virtuais. Mas só o isolamento é a causa de tamanha libido pandêmica? Aparentemente não – talvez esse tesão todo venha de um lugar bem menos óbvio: do medo.

"Muita gente está sentindo ansiedade por medo de morrer, e em algumas pessoas, isso se manifesta como forma de excitação", me explica Justin Lehmiller, pesquisador da Kinsey Institute, um dos maiores centros de sexologia do planeta.

Não querendo pesar o clima em um post sobre vida sexual, mas isso significa que, para você entender porque não consegue parar de pensar em nudes, vamos ter que encarar uma tese com nome pouco convidativo: a Teoria da Gestão do Terror, proposta em 1986 pelos psicólogos americanos Jeff Greenberg, Sheldon Solomon, e Tom Pyszczynski.

A tese é relativamente fácil de entender: o medo da morte, ou a aceitação de um fim iminente, muda a gente. Quase como naquele filme ruim em que a personagem da Queen Latifah descobre que está para morrer e resolve mudar de vida. "Quase", porque na vida real essas mudanças são mais sutis, e muitas vezes involuntárias. Nesse contexto você simplesmente fica mais sexual, não porque está filosofando sobre a vida e a morte. É uma reação quase automática do seu cérebro.

A forma como o medo age no nosso corpo nos coloca em um estado de excitação psicológica. Nossos corações batem mais forte, há liberação de adrenalina e isso aumenta a circulação de sangue nos nossos genitais. Isso pode trazer um sentimento sexual à tona".

Então esse tesão acumulado não tem nada a ver com o fato de você estar enjaulado em casa? Calma, pode ter uma relação aí sim.

O isolamento social pesa na necessidade de pertencimento que o ser humano busca. Essa solidão pode nos deixar física e psicologicamente doentes. É possível, então, que estejamos usando esse desejo sexual como uma forma de combater esse afastamento".

No entanto, apesar da tom lascivo das redes sociais, nem todo mundo está se sentindo assim. "Do mesmo jeito que percebemos um aumento em pessoas clamando que estão com muito tesão, há também um outro grupo de pessoas que, no meio dessa situação, estão menos interessadas em sexo do que costumam estar", afirma.

De uma forma ou de outra, a vida sexual das pessoas está sofrendo alterações. Não é à toa que indústrias como a dos robôs sexuais estão tendo picos de vendas. "As pessoas estão encontrando novas formas de se conectar, usando, por exemplo, sextoys. Há quem nunca tivesse feito isso antes. É possível que esse tipo de hábito permaneça depois que a pandemia acabar", afirma Lehmiller.

É importante notar, no entanto, que nada disso está escrito em pedra. Assim como todas as outras áreas, pesquisadores de sexualidade ainda estão tentando entender como o coronavírus afeta a população. "Só teremos certezas depois de pesquisas a longo prazo, baseadas em um volume razoável de dados", afirma Lehmiller. Tudo bem, por enquanto conseguimos ter uma ideia de onde pode vir esses sentimentos. Subindo pelas paredes, mas com consciência.

Assuntos: DESTAQUE
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